sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal em 25 de dezembro. Por que?


O Natal se comemora no 25 de dezembro como todos sabemos. Porém, o que muita gente não sabe é que 25 de dezembro não foi, de fato, a data exata do Nascimento de Cristo. Trata-se de uma data escolhida arbitrariamente pela Igreja para organizar os festejos do nascimento de Cristo. Não existem documentos que precisem com exatidão o nascimento do Filho de Deus. Isso se dá porque o calendário cristão, adotado hoje, foi promulgado apenas anos mais tarde, em 532 d.C., quando a Igreja Católica já era a maior instituição daquele tempo. Daí a necessidade de se escolher uma data.
O 25 de dezembro, como já falei, foi escolhida arbitrariamente, porém, não aleatoriamente.
Nos primeiros tempos do Cristianismo, o nascimento de Cristo sequer era celebrado. Haviam opositores na época como Orígenes (c. 185 – 254 d.C.) que defendia que o aniversário de Cristo não poderia ser celebrado, pois tais comemorações eram caras a deuses pagãos. Entretanto, muitos intelectuais e líderes daquela época defendiam sim que o nascimento do Messias fosse sim lembrado e celebrado pelos cristãos. Muitas datas foram propostas, pois, já naquele tempo, não se tinha mais documentos que precisassem o nascimento de Cristo com exatidão ou mesmo aproximação.
Segundo os historiadores, o 25 de dezembro partiu de um decreto do Papa Júlio I, que escolheu esta data por coincidir com outras festas pagãs que haviam naquela época, como o culto ao Deus Sol, dos romanos. A festa, dizem, se popularizou durante o reinado de Constantino (Imperador Romano), quando este se converteu ao Cristianismo sendo que, nesta altura, o cristianismo já era popular entre os romanos.
Em princípio, isso não foi consenso entre todos os cristãos. Os cristãos que não eram ligados à Roma comemoravam em 6 de janeiro. Anos mais tarde, a data foi adotada não só por católicos, mas pela grande maioria dos protestantes e hoje é popular até entre não-cristãos. Há porém, algumas exceções: os cristãos ortodoxos comemoram o Natal em 6 de janeiro e as Testemunhas de Jeová, que também são cristãos, não celebram o Natal (existe um dogma dessa religião que não permite celebrações de aniversário de nenhuma espécie).
E, na minha opinião, a data exata é o que menos interessa, afinal, mesmo que alguém descubra a data exata( que eu acho muito difícil), o 25 de dezembro vai continuar por causa da tradição. O importante é o sentido que ela traz: a chegada do homem que libertou o mundo através do amor que emana de Deus. É justamente isso que deve ser celebrado no Natal: o amor entre as pessoas. Felizmente, apesar da deturpação da data por causa do comércio e do capitalismo, as pessoas ainda celebram o amor e a solidariedade no Natal. Isso é mais importante que qualquer perfeccionismo por data.

Welton Nogueira.
Artigo publicado também em Ora píulas!

1 comentário

¿Controversy! disse...

Voltei!!!
Depois de um longo período fora do blog, enfim estou aqui, feliz e ao mesmo tempo saudoso de todos.
Quanto a datas e comemorações ou não, isso é o menos importante, hoje em dia, de se saber. O que importa é que comemoramos a chegada do homem que mostrou ao mundo como as pessoas devem ser e agir. Muitos dizem que ele veio para nos "salvar" ou "libertar", e isso justifica as besteiras que fazem como julgar as outras pessoas ao invés de auxiliá-las, crititar outros dogmas e religiões ao invés de ajudar ao próximo sem distinção de raça, credo, sexualidade etc.
O verdadeiro espírito natalino ainda há de surgir no coração de todas as pessoas, não só em 25 de dezembro, mas nos 366 dias do ano.
¿Abraços!

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