sábado, 26 de julho de 2008
A importância do voto para o poder legislativo. Por que ninguem dá importância?
Como este é um ano de eleições, acho oportuno falar de um assunto sério, mas que infelizmente as pessoas não dão a devida importância. O voto para representantes do poder legislativo( no caso deste ano de 2008, vereadores).
Nota-se, que, culturalmente, brasileiro só dá importância ao voto para representantes do poder executivo (no caso das eleições deste ano, prefeitos) e é mais criterioso na escolha dele. Isso se deve a educação positivista que tivemos na infância, que valorizava os ditos "heróis nacionais". Por isso o brasileiro espera que um "salvador da pátria" assuma o poder e resolva os problemas do nosso Brasil varonil. Entretanto, negligenciam o voto para legisladores (que são em maior número e que tem sempre um maior número de candidatos). Geralmente esse voto é dado para políticos de bairro, parentes, amigos, professores e, o mais preocupante, aquele que troca o voto por alguma benfeitoria, mínima que seja, ou até brindes e presentinhos ordinários, como camiseta, chaveiro e dentaduras.
Outro fator que faz com que muitos eleitores negligenciem o voto aos legisladores é o fato de ter de votar em alguém, pois o voto é obrigatório. E, como muitos eleitores não conhecem ou tem dúvidas a respeito de voto nulo e voto em branco (confesso que eu mesmo as tenho), votam em qualquer um, ou seja, fecha os olhos e vota no primeiro número que lembrar(o voto é dado através do número do candidato).
Entretanto, o poder legislativo é quem elabora as leis. Ou seja, quem influencia a nossa vida mais diretamente são eles. São eles, na verdade, que mandam no país, já que o poder executivo apenas executa as leis e o único poder que tem a mais que os legisladores é o de sanção e o de veto.
Por isso, é importante dar a qualquer eleição de legislativo uma atenção igual ou maior do que a dispensada aos cargos do executivo. Afinal de contas, você não deixa qualquer pessoa tomando conta de seu dinheiro, sua casa ou seus filhos, por exemplo. O mesmo cuidado deve-se ter ao votar.
Por isso, pesquise sobre a vida dos candidatos. Verifique se ele tem compromisso com as questões sociais e se ele não tem passado de crimes ou corrupção. E não vote por votar. Vote com plena consciência de que escolheu a pessoa certa para cuidar de sua cidade, estado, país, seja nas eleições de executivo, seja na de legislativo.
Fica a dica.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Sebastião [do Mundo] Salgado.
Nas linhas que aqui se fizeram, muito foi exposto sobre arte, seja literária, seja musical... Acho oportuno reiniciar as postagens desse blog, explanando acerca de uma arte que, a meu ver, é muito mais democrática do que qualquer outra, a imagem. A fotografia tem sua sensibilidade notada tanto pelo rico mais intelectualizado, quanto pelo pobre analfabeto. Traz em si, o que se chama de contextualização da arte com a sociedade, e essa característica é bastante pungente nas fotografias do brasileiro Sebastião Salgado.
Sebastião Salgado, mineiro, formado em Economia pela USP, iniciou seu percurso pela fotografia em uma viagem ao continente africano. É o fotógrafo brasileiro mais premiado e mais respeitado internacionalmente. Recebeu prêmios, como World Press Photo, que o firmaram como um dos mestres da fotografia documental contemporânea. Seus trabalhos documentam desde refugiados, imigrantes, crianças; até a África, megalópoles e a luta pela terra, sempre trabalhando com fotos em preto e branco. Adepto da fotografia engajada, Sebastião tece a crítica social muda, mas que salta aos olhos como se gritasse a miséria e a degradação do homem pelo próprio homem.
O fotógrafo vive atualmente na França, de onde lança seu olhar crítico, que muitos denominam de fotografia “mundo cão”, tal expressão pode agregar um caráter pejorativo ao seu trabalho, no entanto, o que suas fotografias retratam nada mais é do que o mundo, o mundo visto de perto nos seus meandros mais nus, despidos de maquiagem e de photoshop. É da lente de um brasileiro que surge a arte que choca a humanidade que se vê desumanizada.
Encerro com as palavras de Salgado:"Espero que tanto como indivíduos, grupos ou uma sociedade, façamos uma pausa para pensar na condição humana na virada do milênio. Na sua forma mais brutal, o individualismo continua sendo uma fórmula para catástrofes. É preciso repensar a forma como coexistimos no mundo."
Heitor Nogueira.
terça-feira, 1 de julho de 2008
O encontro do tradicional com a modernidade na música: Cordel do Fogo Encantado
Muitos de vocês já devem ter ouvido falar neste grupo musical. Trata-se do Cordel do Fogo Encantado, conjunto musical oriundo da cidade de Arcoverde, Pernambuco. O Cordel começou como um grupo teatral em 1997, que apresentava um espetáculo que reunia música e poesia.Fundada por Lirinha, Clayton Barros e Emerson Calado, todos ligados ao teatro, o Cordel recebeu posteriormente mais dois componentes: : os percussionistas Nego Henrique e Rafa Almeida, e a partir daí, iniciaram sua trajetória musical que atingiu o auge nos últimos anos.
Na suas letras, o Cordel leva para a música a poesia e a magia da literatura de cordel e do cancioneiro popular. Na sua música, os ritmos tradicionais do sertão nordestino, influenciados pela música africana e até pelo rock e pelo rap, o que confere ao Cordel um quê de modernidade.
O Cordel do Fogo Encantado, portanto, traz, em um só espetáculo, vários elementos culturais: o teatro, a dança, a literatura, a poesia, a religiosidade, a cultura popular e a música, seja ela tradicional ou contemporânea.
Fica até difícil classificar o Cordel do Fogo Encantado nos rótulos musicais que conhecemos, já que eles formaram uma identidade própria. Claro que o Cordel parte de elementos pré-existentes, mas que unidos, dão corpo e alma às canções de Lirinha e seus companheiros.
E para quem ainda não conhece o Cordel, trago uma pequena amostra do trabalho do conjunto.
O nome da canção a seguir é "Palhaço do circo sem futuro".