sexta-feira, 23 de maio de 2008

A linguagem da publicidade na simplicidade-grandiosidade de Washington Olivetto

Olá.
Para quem não me conhece ainda, sou Welton Nogueira e estudo Comunicação Social.
Quero, primeiramente, agradecer ao meu mui estimado primo-irmão-amigo Heitor Nogueira por me ceder este espaço em seu blog. Inclusive, como gratidão, eu concebi o banner do título do blog. Sobre tal criação, discorrerei no meu outro blog, "O desenheiro".
Mas chega falar água. Vamos ao tema.
Todo mundo, se não conhece, já ouviu falar no trabalho de Washigton Olivetto e, com certeza, já viu um comercial dele. O mais famoso redator publicitário do Brasil e da América Latina. Como este é um blog sobre arte e cultura, e propaganda também é arte, pois mexe com as diversas linguagens, falarei sobre um trabalho específico dele.


Quem viveu na década de oitenta, como eu, vai lembrar do comercial do "primeiro sutiã" da Valisére. (Clique na imagem acima para ver o comercial). Percebe-se ao ver o comercial que Washington utiliza uma linguagem simples, cotidiana, afinal, toda criança que vira adolescente passa por essa transição traumática(sei porque moro com 3 mulheres aqui). Na época, as mocinhas não apreciavam a idéia de crescer e muitas vezes rejeitavam a idéia de usar sutiã. Foi desse mote que Washington se serviu para redigir o texto do primeiro sutiã, que gerou o comercial. Ele explorou o medo, a inocência e a candura para tornar o sutiã um produto simpático, que transforma o medo em curiosidade e posteriormente em segurança e confiança. Além disso, sempre em suas propagandas, Washington utiliza-se de uma linguagem emocional , que passa uma sensação de humanidade ao público que assiste. Isso é muito perceptível no slogan "o primeiro Valisére a gente nunca esquece", já que a nostalgia é um dos sentimentos humanos mais bonitos. Sem fazer nenhuma mega-produção, Washington consegue vender sua idéia apenas pelo seu caráter de intensa proximidade afetiva com o público. Assim, dentre outros comerciais, "o primeiro sutiã" entrou para a história como um dos maiores clássicos da propaganda brasileira.
Pena que, hoje em dia, perdeu-se a pureza nas propagandas para crianças. O que se vê hoje é a vulgarização e a erotização precoce de nossas crianças, que as impede de terem infância plenamente. Cabe a nós, publicitários, tentar reverter essa situação, o que é muito difícil nos dias de hoje devido a pressão do mercado.
Mas quem tem dedicação e talento, como Washington, por exemplo, consegue, a um só tempo, dizer sua mensagem de acordo com a ética e os bons costumes, agradar ao cliente que contrata o comercial e conquistar a confiança e o carinho do público.

2 Digressões

Heitor Nogueira disse...

O primeiro post a gente nunca esquece tbm!Pegou o espírito da coisa...é nesse sentido que queria levar esse blog!Massa o texto...Mais textos sobre publicidade são sempre oportunos!

Raquel Farias disse...

Caramba, eu nao conheço, nunca ouvi falar e que lembre e saiba, nunca vi um comercial do "Washigton Olivetto", nem mesmo esse do sutiã.

O público nunca dá valor ao
idealizador. O comercial entra na cabeça e ngm se preocupa mto com qm criou, o q deveria ser diferente.

E fico na duvida se a falta de pureza nas propagandas é a causa do comportamento das menininhas de hj.

É só vc observar crianças que nao tem acesso a "cultura", muitas preferem se vestir de forma provocadora. inclusive nem existe mais esse trauma da transiçao, ao contrario, elas anseia por essa transformaçao. Seios, bunda e pernas fartas.

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